Hoje, 19/08/13, faz dois anos que parei de fumar, sim, eu consegui e foi sem ajuda de qualquer artifício. Nada de adesivos, de chicletes milagrosos, balinhas que tiram o vício, emplastro de alguma coisa ou qualquer "tratamento miraculoso" apresentado na TV. Pode até ter algum tipo de tratamento sério, como por exemplo, acupuntura, creio eu, mas o que de fato faz o fumante parar de fumar é a vontade de parar e a força de vontade, minha opinião.
Eu comecei a fumar muito cedo, com 13 anos, era mais embalo que outra coisa e depois peguei gosto pela coisa, sim, eu gostava de fumar e claro, viciei. Não existia propaganda contra, muito pelo contrário, existiam excelentes propagandas, que estimulavam o ato de fumar, o prazer de fumar.
Slogans famosos:
Marlboro: "Venha para onde está o sabor. Venha para o mundo de Marlboro"
Hollywood: “O Sucesso”
Charm: "O importante é ter Charm"
Capri: "Definitivamente fino"
Continetal: "Preferência Nacional"
Chanceller: "O fino que satisfaz"
Galaxy: "A decisão inteligente"
Minister: "Para quem sabe o que quer"
Plaza: "Uma classe a mais"
Free: "Uma questão de bom senso"
Carlton: "Um raro prazer"
Fumar era muito legal, hoje em dia, é fora de moda. Os fumantes se sentem excluídos. Tem que sair de um local, para fumar em outro. Achava muito estranho ter que fazer isso, me sentia uma pessoa com uma doença contagiosa. Hoje entendo o porque da coisa.
Nem preciso falar do mal que o cigarro causa, mas fumante, a maioria, não consegue enxergar, ou, se consegue, não QUER enxergar.
Meu pai morreu por causa do cigarro, isso porque ele tinha parado há mais de sete anos, porém, ele fumou muito, a vida toda: quatro maços de cigarros, fora a "serra", não tinha tempo para praticar nenhuma atividade física e não se alimentava direito, ele morreu com 57 anos (15/08/13 fez 20 anos), parada cardíaca. Eu fiquei muito mal, claro, mas nem por isso parei de fumar, e assim foi durante anos.
Eu fumava até que relativamente pouco, em média, uns cinco cigarros por dia, uns dias mais, outros menos, dependia de como eu estivesse no dia. Eu tinha que ter o bendito, se estivesse acabando, eu já saía para comprar. Se acabasse tarde da noite e eu, por algum motivo, tivesse esquecido de comprar, entrava em desespero, mas tinha que comprar porque eu precisava fumar e saia tarde mesmo, até correndo risco. Só para ajudar, meu noivo também fumava e ainda mais que eu.
Nos casamos em 1996 e no mesmo ano eu engravidei e tive meu único filho. Na gravidez não consegui parar, então fumava um ou dois cigarros por dia, tinha até dia q eu não fumava nenhum.
Quando meu filho nasceu, não admitia cigarro perto dele e se alguém viesse com cheiro de cigarro, eu pedia para sair de perto, claro que isso incluía a nós, os pais. O tempo passou, meu filho cresceu e o hábito de fumar continuava.
Muitas pessoas falavam assim: "Poxa, Ma, se eu fumasse igual a você, eu já teria parado", "Você fuma tão pouco, que é sem-vergonhice fumar", e assim por diante, mas todos, fumantes e não fumantes falavam para largar. Na boa, quando eu ficava sem fumar, me dava tremedeira, nervoso extremo, nossa, era um verdadeiro terror e tinha um agravante: adorava fumar, achava legal, gostoso, bonito e não era "desculpinha" de fumante não, era o que de fato eu sentia.
Foi um inferno, me perdoem a palavra, mas é essa que resume, não só ficar sem fumar, como aguentar o mau humor dele, o nervosismo, mas passou, ele ficou bem, mas eu não, eu estava louca para fumar e quando entrava na TPM, era muito pior, então em Fevereiro de 2005 eu voltei a fumar, só que voltei fumando mais (dizem que é assim mesmo).
Nessa "altura do campeonato", meu filho já estava com 9 anos e sempre falava para eu parar de fumar, que eu iria morrer, que se o pai conseguiu, eu também conseguiria, meu marido, ex-fumante, pegava no meu pé todos os dias (sim, ex-fumante é bem pior do que quem nunca fumou) e eu falava: "Quando chegar a hora, eu paro, agora eu não quero e não me encham o saco" ou falava assim para o meu marido "você fumou a vida toda, e muito, agora é santo porque parou? Pare de ser hipócrita". Coisa de fumante convicto, achava que eu estava certa e ele errado. Continuei feliz e contente, fumando meu cigarro.
Eu só fumava uma marca (Marlboro), antes de parar, lá em 2004, fumava o vermelho, depois mudei para o branco, dito "mais fraco", que com o tempo, mudou o sabor, claro que eu liguei e reclamei, afinal, fumante também tem direito e como não melhorou, passei a fumar o tal do "Marlboro filter plus" e já pagava, se não me engano, R$ 5,25, isso em 2011.
De repente me veio na cabeça a possibilidade de parar de fumar, mas era só um pensamento, e assim foi por um tempo, daí, de repente esse pensamento virou vontade, mas eu ainda não estava pronta para largar o 'meu velho companheiro", sim, companheiro, porque o cigarro estava presente em todos os momentos, fossem felizes ou tristes. Se saia e bebia uma cerveja, pronto, fumava, e claro que quanto mais se bebe, mais se fuma, acabava de comer algo, fumava, esperando um ônibus, acendia o cigarro, depois de "namorar", cigarro, assistindo TV acendia o tal.. Eu só não fumava mais, porque me policiava, se não, fumava um maço fácil.
Quando eu ia comprar cigarro e não tinha o que eu fumava, ia procurar em outro lugar, cheguei a ir em quatro estabelecimentos diferentes.
Um dia, fui ao posto de gasolina em frente a minha casa para comprar meu cigarro e, não tinha o que eu fumava, como já tinha guardado o carro e tava com uma preguiça lascada, comprei um outro marlboro, o tal do Marlboro Black.
Chegando em casa (eu não gostava de fumar na rua, até fumava, raramente, mas não gostava, ainda mais sozinha), acendi meu cigarro e, para minha surpresa, odiei, detestei, que gosto horrível, nojento mesmo.
Achei que eu estava doente, mas a culpa não poderia ser "do pobre do cigarro", fumei e não fumei mais nesse dia.
No dia seguinte, de novo, gosto ruim. Por volta das 19:00 horas, fui levar minha cachorra para o passeio diário e passei por uma mulher, que devia ter acabado de fumar, e o cheiro que vinha dela me fez passar mal, mas muito mal, que quase vomitei ali mesmo, nunca fiquei tão enjoada, cheguei a pensar em gravidez (não, não era, era só meu corpo me dando um toque que tava na hora de parar de fumar), voltei para casa e fiquei quietinha, só olhando para o maço de cigarro.
Uns dois dias depois, voltando para minha casa (moro em apartamento), subi os degraus, uns 20 e quando cheguei na porta, achei que iria morrer ali mesmo, estava sem ar, não vinha, sério, rezei muito (rs) e fui melhorando, porque fui me acalmando. Abri a porta, entrei e sentei no sofá, e naquele momento, tomei a decisão de parar de fumar, tinha chegado a hora que eu sempre falei: o dia que eu achar que devo parar, vou parar.
Coincidência ou não, também foi uma sexta-feira, 19/08/2011. Eu ainda tinha um cigarro no maço, e lá ele ficou. Falei da minha decisão para meu marido e filho e eles me deram a maior força.
Passou o final de semana e tava tudo bem, claro que eu tava com medo da falta de ar, mas como não tive mais, nem fui ao médico. Na segunda-feira, me deu vontade de fumar, mas ao mesmo tempo, me dava nojo, olhei para o maço e peguei o último cigarro que estava lá, acendi, traguei e ....., saí correndo para o banheiro, vomitei feito louca, joguei o cigarro fora e não fumei mais.
A vontade de fumar que senti nos dias que se seguiram, foi uma coisa inexplicável, toda hora dava vontade, mas eu não cedi, continuei firme, claro que tive que inventar algo para não ficar louca, então, como assisti no filme "O Homem que Copiava", fumava caneta, é isso mesmo, vocês não leram errado, fumava caneta e resolvia, pois, o psicológico achava mesmo que eu estava fumando.
Com o passar do tempo, não precisei mais da "caneta" e comecei a perceber certas coisas: eu não substitui o cigarro por nada, é verdade, nada mesmo. Quando a vontade vinha, eu ia fazer alguma coisa, lembrava que já tinha se passado vários dias e que eu era mais forte que aquilo.
Percebi que fumar é mais hábito do que outra coisa, então, daí vem o vício, que nada mais é, do que um hábito ruim. Coloquei no papel quanto eu economizaria em questão de dinheiro, aí veio o lance da saúde e da estética, minha pele, que modéstia a parte, já é boa, melhorou, meu paladar, meu olfato, tudo melhorou, mas o melhor mesmo, foi conseguir fazer exercícios de respiração. Eu tinha o maior medo de engordar, de fato, engordei, mas foi bem pouco, pois, não comi mais e nem menos por causa disso e tomava muita água.
Não vou dizer que é fácil, porque não é e as pessoas são diferentes umas das outras, umas conseguem, outras só tentam, outras apelam para algum tipo de tratamento, outras não querem parar e tem quem consegue sem ajuda nenhuma, que foi o meu caso, o caso do meu marido e de um monte de gente que eu conheço. Como disse lá em cima, no começo desta história, tem que ter força de vontade e o principal, querer, desejar muito, parar de fumar, senão, não vai dar certo.
Não adianta querer parar aos poucos, isso inexiste, porque nosso organismo vai pedir mais e mais, como também não existe meio fumante, fumante de final de semana, quem fuma quatro cigarros por semana, ou é fumante ou não é.
Não ligo que fumem do meu lado, desde que a fumaça (que sempre achei nojenta e fedida) não venha no meu rosto. O cheiro, hoje em dia, é muito pior, detesto, sinto de longe, mas se a pessoa quer fumar, se me incomodar, eu saio de perto, no meu carro ninguém fuma, nem eu fumava, na minha casa, tem que ser no quintal, se meu filho não estiver em casa, até nem ligo tanto, caso ele esteja, sem chances!
Ainda tenho 2 cinzeiros, mas é para as visitas fumantes.
Ahhh, mesmo sem saber que eu tinha parado de fumar, minha mãe, parou no mês seguinte, dia 18/09/11 e também não fumou mais.
Pensem que hoje vocês ainda estão saudáveis, não tem uma enfisema, um câncer, um problema cardíaco ou qualquer outra doença que esse vício pode causar e que muitas vezes, não tem cura.
Nossa vida é muito valiosa, devemos cuidar dela com todo o zelo e amor.
Parece que só tomamos consciência em dois momentos:
Quando paramos porque queremos;
Quando paramos porque estamos doentes.
Se temos opção, optemos pelo melhor, optemos por nós!
Demorei 30 anos para parar, mas consegui. Nunca é tarde!
Agradeço o esse tempinho que vocês pararam para ler, sei que o texto é longo, mas ainda é pequeno perto do que eu queria mesmo colocar aqui!
Agradeço também quem me deu uma força, falando que eu conseguiria. Claro que teve gente que duvidou, mas não tava nem aí, porque quando coloco algo na cabeça, o faço.
Enfim, espero ser motivação para quem deseja largar esse vício, mesmo não tendo pretensão nenhuma, mas ficaria bem feliz e adoraria que vocês, queridos amigos, queridas divas, queridos leitores e seguidores, que compartilhassem aqui sua história de sucesso, ou não, e se precisarem de ajuda, terei um imenso prazer em estar, mesmo de longe, ao lado de vocês nesta batalha, que não é fácil, mas também, não é impossível.
Beijos da Ex-Fumante e Vencedora
Ma!!
Eu tinha certeza dessa sua conquista,
ResponderExcluirPARABENS.......jogou no lixo o que poderia te dixar no lixo
Bjo
Coracy, vendo isso me lembro que conheço você há mais de 2 anos!!
Excluirobbaaaaaaaaa
Obrigada pela força de sempre!!
Bjoosss!!
Parabéns minha mana/amiga/diva... TE AMO
ResponderExcluirMana Gra, também amo você!!
ExcluirObrigada e bjoosss
Eu amei tudo,fique feliz por vc,eu to tentando parar mais ta muito difícil mais Deus vai me ajudar amem... ja faz duas semana que parei eu fumava duas carteiras por dia olha a loucura ( bjus e obrigada pela força amiga )
ResponderExcluirColoca bem mais de 2 anos ai. Que amizade deliciosa encontrei. Vc foi especial pra mim em varios momentos. Ainda nos devemos nos conhecer cara a cara. E comemorar nossa vitorias. Bjo te amo de paixão
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